sexta-feira, 23 de abril de 2010

É preciso

É preciso primeiro, não precisar de mim.

Ter um “quê” de mistério, de silêncio, introspecção.

Não ter meias palavras, mas que goste de eufemismos.

Que goste de um vinho, mas renda-se a cerveja, num fim de semana, dois, três...


É preciso, sobretudo, saber rir.

Deixar-me sem graça, mas não demais; fazer-me rir...

Deixar-se levar pelo vento, pelo clima, pelas estações.

Gostar de canções de guerra, de mar, de amor...


É preciso, com certeza, certo nível de caos.

Estraçalhar-me por dentro, rasgar-me, morder-me.

Várias vezes, sempre, muito...


- Rita Marcelino

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